Universo da Cerveja

Escolas Cervejeiras Tradicionais: Escola Alemã

As escolas cervejeiras tradicionais, representam a origem da cultura cervejeira em algumas civilizações que tiveram e ainda tem como forte influência a cerveja em sua história. A Escola alemã, com sua força e tradição sempre se destacou.

Tais escolas cervejeiras tradicionais demonstram por meio de peculiaridades detalhes de seus processos, a forma como lidavam com os insumos bem como suas características por região. A forma como malteavam a cevada, as variedades de espécies dos lúpulos e cepas de leveduras, tudo conta para definirmos uma escola cervejeira.

Alguns países principalmente na Europa já têm uma tradição cervejeira de milhares de anos como, por exemplo Alemanha, Bélgica e Inglaterra. Já a escola americana vem desde o século passado, por meio da forte influência inglesa criando e consolidando sua cultura cervejeira com personalidade própria.

Cada país citado tem sua metodologia e personalidade própria de encarar a produção da bebida. E claro, até mesmo a cultura do povo local moldaram e moldam o “padrão” que a cervejas tem. 

Quer conhecer um pouco mais sobre a escola alemã? Continue acompanhando!

Escola Alemã

A Escola Alemã é a mais conhecida no mundo. O fato dos alemães terem instituído a Lei da Pureza, que exigia dos Bávaros a utilização de somente ingredientes de primeira qualidade (água pura, malte de trigo e ou cevada, lúpulo e levedura) foi sem dúvida um salto rumo à qualidade. Aliada aos processos cervejeiros muito cheios de cuidados, fez dessa escola a mais conhecida e admirada mundialmente.

Se eu falo em cerveja em uma roda de amigos ou numa reunião de alunos do curso, rapidamente uma pessoa pergunta se a cerveja alemã é a melhor do mundo, afinal de contas a cultura cervejeira alemã é muito respeitada. A bebida é considerada alimento por lá, a figura do Bräumesiter (Mestre Cervejeiro) é vista com muito destaque e respeito na sociedade. 

Nesta escola, além da Alemanha temos também a Áustria e República Tcheca, essa última sendo o berço do estilo Pilsen, mesmo que pelas mãos de Josef Groll, um Bräumeister alemão, obra do destino mesmo, sair da Bavária para criar o estilo Pilsen na República Tcheca.

A Escola Alemã e a Lei da Pureza

A Reinheitsgebot, também conhecida como Lei de Pureza da Baviera, de 1516, definiu que dentro do ducado se utilizasse somente 3 ingredientes (água pura, malte e lúpulo) de qualidade, definidos pelo Duque. A fermentação ainda era um fato desconhecido no mundo, e só viria a conhecimento de todos pelas mãos do Cientista Louis Pasteur no século XIX.

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Na verdade, o que o Duque Bávaro buscava com a Lei da Pureza era uma forma de garantir que a cerveja e os demais alimentos da época tivessem sua qualidade garantida e que houvesse critério na utilização dos recursos naturais na época.

Há quem diga que haviam motivos políticos também envolvidos na seleção desses insumos para privilegiar alguns e prejudicar outros, mas estes são detalhes de certa forma obscuros na história. Essa é o mais antigo código de alimentos do planeta.

Desta forma, as cervejas alemãs têm como característica a eficiência e qualidade técnica, porém com pouco espaço para criatividade. Não se admite a utilização de outros insumos que não sejam aqueles definidos pela Lei da Pureza.

Quais estilos predominam na Escola Alemã?

Na Alemanha, a palavra Lager tem um peso diferenciado. Lager significa guardar, armazenar, ou seja, a paciência germânica fez com que suas cervejas tivessem um melhor processo de sedimentação, com maturação mais longa. Esse processo dá à cerveja uma limpidez tanto física, deixando a cerveja mais clara, como reduzindo a sua interferência no sabor e aroma da cerveja dessa região.

De todos os estilos de cervejas produzidos na Alemanha, somente quatro não são Lagers (são Ales) –  Weissbier, a cerveja de trigo tradicional da Bavária, a Kölsh, original da cidade de Colônia, a Altbier da cidade de Düsseldorf e a Berliner-Weisse de Berlim.

Todos os outros estilos de cerveja, Schwarzbier, Munich Helles, Bock, Pils, Märzenbier, Oktoberfestbier, Kellerbier, Dunkel, Vienna, Doppelbock e qualquer outro estilo tradicional de cerveja feito na Alemanha, Áustria e República Tcheca, são Lagers.

A maioria dos estilos produzidos por lá são Lagers (cervejas de baixa fermentação), como Pilsen, Helles, Bock, Schwarzbier. Outra tradição alemã são as cervejas de trigo da Bavária e o consumo em grandes festas coletivas, como a Oktoberfest de Munique.

A característica local mais marcante é a produção de cervejas mais maltadas, ou seja, mais adocicadas do que lupuladas (amargas).

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5 thoughts on “Escolas Cervejeiras Tradicionais: Escola Alemã

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